Os materiais adquiridos no site foram o Kit Paleolítico, o Kit Artefatos do Homem Pré-Histórico, um fóssil de Eurypterus sp, e uma réplica de ponta de flecha sem “rabo de peixe”. Eu sou professor de Artes Visuais no Instituto Federal de Educação de Goiás, no Câmpus Formosa, e utilizo esses materiais de duas formas: uma, como “curiosidade” nas aulas de Artes Visuais, quando trato da Arte Rupestre; a outra, como forma de demonstração dos artefatos líticos produzidos pelos povos pretéritos que, no caso do Planalto Central Brasileiro, iniciaram seu povoamento há aproximadamente 10.000 a.C. Na cidade de Formosa, segundo dados do IPHAN (2018), existem cerca de 42 sítios arqueológicos, sendo que dois deles são bastante relevantes: os pictoglifos da Lapa da Pedra (Toca da Onça) e os petroglifos do Bisnau (Sítio Arqueológico do Bisnau). No sítio arqueológico do Lajedo do Bisnau, desenvolvo um projeto de pesquisa de iniciação científica com o ensino médio, desde 2017, intitulado “Iconografia das Tradições: um estudo da Arte Rupestre Formosense, com vistas à criação de um banco de imagens”. Durante 2017 e 2018 foram feitas diversas pesquisas sobre os petroglifos do Bisnau, onde identificamos imagens não apenas da tradição geométrica, mas também da tradição São Francisco e Planalto, que nos levou a crer que houve, ali, o encontro de culturas distintas ao longo dos anos de ocupação do Planalto Central, fazendo de Formosa, à época, um local de migrações. Na segunda parte do projeto, de 2018 a 2019, estamos medindo os petroglifos de uma área específica, com o intuito de criar parâmetros para o acompanhamento da degradação (causas naturais e humanas) do sítio, com o intuito de despertar o olhar dos órgãos competentes para a preservação da área. O lançamento do banco de imagens virtual está previsto para julho de 2019.
Edson Borges | Instituto Federal de Educação de Goiás, Campus Formosa
