Cerâmica Santarém: Vaso Cerimonial – Zoomorfo – Antropomorfo

R$ 490,00

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Ficha Técnica

Réplica de Vaso Cerimonial Zoomorfo-Antropomorfo – Cerâmica Santarém
Escala 1:1

Tamanho aproximado: 13,0×9,5×8,0 cm
Peso aproximado: 214 g
Material da reprodução: Cerâmica (argila e chamote)
Paleoarte: por mestre ceramista Josué Pereira (Equipe do Projeto Replicando o Passado – Museu Emílio Goeldi)

A réplica representa uma peça original com os seguintes dados técnicos:
Período: Formativo – entre 1.400 a 400  A.D
Cultura: Tapajó
Tradição: Inciso-ponteada
Procedência: Região do Rio Tapajós, Santarém, PA
Técnica: acordelamento e repuxado
Material original: cerâmica e cauxi
Tamanho: 16,0 x 11,5 cm
Original depositado em: Acervo Museu Paraense Emílio Goeldi

A imagem apresentada é referência, podendo ocorrer variações de peso e coloração devido ao trabalho artesanal de produção desta peça.
Crédito da imagem: Marina Auricchio

Orientações para manuseio e conservação de réplicas

A Cerâmica Santarém

A Cerâmica Santarém é incluída na tradição inciso-ponteada que se caracteriza pelos adornos aplicados sobre as bordas e as paredes dos vasos em forma de antropomorfos e zoomorfos, formando relevos. Apresentam também incisões paralelas cuidadosamente desenhadas. Pequenas urnas funerárias serviram para depositar os ossos cremados e aparecem, também, estatuetas rituais. Os povos dessa tradição ceramista habitaram em grandes áreas do médio e baixo Amazonas e, nas fases mais tardias, podem ter entrado em contato com os colonizadores europeus dos séculos XVI e XVII. Martin (2006) comenta que ela se constitui um “fenômeno cultural singular”, dada a riqueza das peças cerimoniais, como os vasos de cariátides e os de gargalo.

As produções das cerâmicas Santarém utilizam argilas especialmente escolhidas e também aditivos, como o cauixi ou cauxi (Metania reticulata). Os cauxis são esponjas (poríferos) que contém espículas silicosas. Esses crescem nas várzeas alagadiças ou igapós e se acumulam nas raízes das árvores. Daí são retirados pelos indígenas ou caboclos e misturados à argila para a fabricação de cerâmica. É, portanto, aditivo de origem animal. O cauixi forma na argila uma rede altamente porosa capaz de suportar e absorver grande capacidade de pressão, como a resultante da ação do calor do fogo direto.

Fonte: PRIANTE, W. P. A cerâmica dos Tapajó e o desejo de formas : estudo de peças cerâmicas arqueológicas mirando potências criativas. 2016. Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes.

O Vaso de Gargalo

Esta peça apresenta vários traços da cerâmica tapajônica, evidenciando a onça como figura zoomorfa. A superfície apresenta as decorações habituais: quadriláteros pretos sobre fundo claro com uma mancha escura no centro de cada quadrilátero, e também vestígios de tinta vermelha; pescoço, colocado no centro das costas. A característica incomum é a fusão de duas patas traseiras em um só suporte.

A cerâmica tapajônica é a mais antiga da região do Tapajós, alguns testes realizados pela pesquisadora Anna Roosevelt, comprovam que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vaso de gargalo, vaso de cariátides e outros utensílios. A junção de argila e cauixi (um tipo de esponja (porífero) presente nos rios da região), conferem à cerâmica tapajônica, características similares à porcelana como durabilidade e leveza.