Por Ana Lúcia Ramos Auricchio
Não é novidade para ninguém que, nos últimos anos, o ambiente escolar se transformou. Com a necessidade de aulas à distância e do ensino híbrido, as escolas se reinventaram e para isso o planejamento teve seu papel fundamental nesse novo processo de aprender e ensinar.
Devido a isso, professores e professoras aprenderam ou aprimoraram o uso de novas ferramentas digitais. No entanto, o uso de ferramentas digitais não colocou de lado a utilização de material concreto e a possibilidade de propor a experimentação, e o ensino por investigação tão capazes de promover diferentes aprendizados no espaço físico da escola.
O planejamento escolar é sem dúvida um momento importante para definição de calendário letivo, distribuição de disciplinas e definição de quadro de horários. Além disso, também é importante para definir a aquisição de bens e materiais pedagógicos que os professores em seus respectivos componentes de aula utilizarão.
Então, porque não pensar em alinhar essas aquisições no sentido de desenvolver competências e habilidades tanto para o Ensinos Fundamental 1 e 2, como para o Ensino Médio?
Assim, quem planeja poderá pensar sobre o melhor aproveitamento de recursos e definir metas que poderão ser trabalhadas individualmente pelas áreas de conhecimento, por meio da integração curricular ou em projetos mais audaciosos e de longa duração.
Atualmente, a Terra Brasilis Didáticos investe no desenvolvimento de materiais pedagógicos em vários campos do conhecimento, como na Paleontologia, Arqueologia, Antropologia e Geologia.
No entanto, temas com esses enfoques nem sempre são diretamente observados no currículo nas diferentes etapas do ensino fundamental. Contudo, sabemos que os mesmos contribuem significativamente para a compreensão do estudante sobre o mundo e suas transformações. Então como incluí-los com esse objetivo? A resposta pode estar na identificação das habilidades que se pretende desenvolver ou mobilizar nos estudantes, e a Base Nacional Comum Curricular apresenta todas essas possibilidades. Entenda quais são elas ao propor situações de aprendizagem com o uso de nossos materiais e que permitem ampliar o conhecimento sobre:
Temas no campo da Paleontologia podem ter como apoio o uso de réplicas de fósseis para o desenvolvimento das seguintes habilidades previstas na BNCC para o ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, especificamente em Ciências e na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:
Temas no campo da Arqueologia podem ter como apoio o uso de materiais pedagógicos como réplicas de ferramentas líticas, esculturas e cerâmicas, para desenvolver as seguintes habilidades previstas na BNCC para o ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, especificamente em História e na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:
Temas no campo da Antropologia podem ter como apoio o uso de crânios e hemicrânios para articular habilidades previstas na BNCC para o ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, especificamente em História, Ciências e na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:
Temas no campo da Geologia podem ter como apoio o uso de rochas e minerais para o desenvolvimento das seguintes habilidades previstas na BNCC para o ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, especificamente em Geografia e nas áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:
É perceptível como algumas habilidades podem ser mobilizadas com o uso de diferentes materiais pedagógicos, assim como é possível perceber que os mesmos materiais podem ser utilizados por componentes e áreas distintos. Isso mostra que um bom planejamento poderá otimizar o uso desses recursos assim como poderá propor ações integradas entre áreas.
Para colocar em prática o planejamento dessas ações, veja algumas dicas que apoiarão a gestão escolar, a coordenação e o corpo docente:
Avalie o que deu certo ou não nas práticas e usos dos materiais pedagógicos utilizados no ano anterior. Problematize com a equipe os seguintes pontos:
Uma ideia interessante é identificar as percepções dos estudantes sobre o uso dos materiais que mais impactaram no seu aprendizado. Assim, é possível identificar pontos de melhoria e avaliar novas aquisições, ampliando assim, o acervo de material pedagógico que poderá ser utilizado pela comunidade escolar.
A forma como o acervo de materiais pedagógicos é organizada é uma escolha individual das escolas. Esses materiais podem ser dispostos nas salas-ambiente, nos laboratórios, espaços maker, ou em outros ambientes. Independentemente do espaço, também é importante que os docentes conheçam os materiais desse acervo e tenham acesso a ele. Não é incomum que docentes deixem de utilizar determinados materiais em suas aulas, por conta de estarem sob a guarda de uma determinada área ou componente, ou simplesmente por não saberem de sua existência. Então, planejar o uso e aquisição de novos materiais pode ser pensado da seguinte forma:
Então, conhecendo exatamente o que a escola possui e naquilo que ela investe, é possível que aquela coleção de minerais utilizada nas aulas de geografia sobre recursos naturais, também possa ser utilizada nas aulas de química, por exemplo.
Assim, amplia-se a possibilidade de uso dos materiais pedagógicos em diversas situações de aprendizagem e possibilita-se a definição de novos materiais complementares e de reposição.
Após saber o que a escola possui de material pedagógico de apoio, é importante avaliar o que pode ser ampliado neste sentido. Então algumas questões podem ser discutidas na equipe e que antecedem a própria aquisição:
Com todos esses cuidados, e como exemplo, porque não investir em novos experiências no campo da geologia que em um primeiro momento foi apresentar a diversidade de minerais com base nas categorias químicas, e investir em novos kits que propõem investigar a geodiversidade sob diferentes propriedades físicas, como dureza, sistemas cristalográficos, fluorescência e hábitos? Neste exemplo, conceitos matemáticos, físicos e químicos poderão ser trabalhados de forma integrada ou isolada.
Com o balanço feito sobre o acervo de material pedagógico que se tem e com a lista de intenções de novas aquisições, é o momento de identificar o que se pretende com seu uso e de que forma ele pode apoiar a aprendizagem dos estudantes.
Então neste momento é indicado fazer uma lista com os objetivos e metas que se quer alcançar e como as ações serão concretizadas. É importante lembrar que essas ações serão trabalhadas durante todo o ano, ou seja, elas devem ser revisadas de forma periódica.
Utilizar tecnologias como apoio às aprendizagens dos estudantes é um caminho sem volta. No entanto, materiais tradicionais e concretos ainda têm o seu lugar e, portanto, está longe de ser invalidado ou substituído. Assim, não importa a tipologia desses recursos, o que importa é a forma como ambos são trabalhados. Por exemplo, materiais com perfil mais tecnológico ou digital não garantirá o aprendizado do estudante se o mesmo não for explorado de forma investigativa.
Assim, materiais tradicionais poderão ter seu potencial explorado com o apoio de um docente mediador que provoque os estudantes a elaborarem perguntas, levantarem hipóteses e a percorrer um ciclo cognitivo mais complexo.
Portanto, materiais como réplicas de fósseis, de instrumentos líticos, minerais e rochas podem ser associados ao uso de metodologias inovadoras, onde o tradicional e o moderno podem andar de mãos dadas.
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