Cerâmica Santarém: Vaso de Gargalo 1

R$ 490,00

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Ficha Técnica

Réplica e reconstituição de Vaso de Gargalo (Cerâmica Santarém)
Escala 1:1

Tamanho aproximado: 15,5×11,5×9,5 cm
Peso aproximado: 277 g
Material da reprodução: Cerâmica (argila e chamote)
Paleoarte: por mestre ceramista Josué Pereira (Equipe do Projeto Replicando o Passado – Museu Emílio Goeldi)

A réplica representa uma peça original com os seguintes dados técnicos:
Período: Formativo – entre 1.400 a 400  A.D
Cultura: Tapajó
Tradição: Inciso-ponteada
Procedência: Região do Rio Tapajós, Santarém, PA
Técnica: acordelamento e repuxado
Material original: cerâmica e cauxi
Tamanho: 16,0 x 11,5 cm
Original depositado em: Acervo MAE-USP

A imagem apresentada é referência, podendo ocorrer variações de peso e coloração devido ao trabalho artesanal desse produto.
Crédito da imagem: Marina Auricchio

Orientações para manuseio e conservação de réplicas

A Cerâmica Santarém

A cerâmica arqueológica santarém foi produzida pelo grupo indígena Tapajós entre os anos 900 e 1600. Suas principais aldeias (sítios Aldeia e Porto) situam-se onde é hoje a cidade de Santarém, na foz do rio Tapajós, mas o estilo cerâmico espalhou-se por uma vasta área do baixo Amazonas.

A Cerâmica Santarém é incluída na tradição inciso-ponteada que se caracteriza pelos adornos aplicados sobre as bordas e as paredes dos vasos em forma de antropomorfos e zoomorfos, formando relevos. Apresenta também incisões paralelas cuidadosamente desenhadas. Pequenas urnas funerárias serviram para depositar os ossos cremados e aparecem, também, estatuetas rituais. Os povos dessa tradição ceramista habitaram em grandes áreas do médio e baixo Amazonas e, nas fases mais tardias, podem ter entrado em contato com os colonizadores europeus dos séculos XVI e XVII. Martin (2006) comenta que ela se constitui um “fenômeno cultural singular”, dada a riqueza das peças cerimoniais, como os vasos de cariátides e os de gargalo.

As produção das cerâmicas Santarém utilizam argilas especialmente escolhidas e também aditivos, como o cauixi ou cauxi (Metania reticulata). Os cauxis são esponjas (poríferos) que contém espículas silicosas. Esses crescem nas várzeas alagadiças ou igapós e se acumulam nas raízes das árvores. Daí são retirados pelos indígenas ou caboclos e misturados à argila para a fabricação de cerâmica. É, portanto, aditivo de origem animal. O cauixi forma na argila uma rede altamente porosa capaz de suportar e absorver grande capacidade de pressão, como a resultante da ação do calor do fogo direto.

Fonte: PRIANTE, W. P. A cerâmica dos Tapajó e o desejo de formas : estudo de peças cerâmicas arqueológicas mirando potências criativas. 2016. Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes.

O Vaso de Gargalo

A cerâmica cerimonial é cheia de detalhes, com pequenos apêndices em forma de seres humanos e animais.

Vaso de contorno complexo, composto por quatro partes estruturais. A primeira delas é um gargalo cilíndrico. Logo abaixo do gargalo está uma flange sem decoração. A segunda parte é o colo. A terceira consiste no corpo do vaso, de formato ovalóide com seis protuberâncias hemisféricas distribuídas simetricamente a meia altura do corpo, sendo duas decoradas com apêndice modelado em forma de cabeça de jacaré. Uma das cabeças foi adornada com outras figuras zoomorfas (cachorro-do-mato e urubu-rei). Este último posicionado lateralmente, se visto de perfil assume uma feição dual. A quarta parte do vaso é uma base de formato anelar. Nas demais protuberâncias existem restos que parecem ser apêndices de rãs em posição de salto.

Apresenta incisões retilíneas no gargalo, formando retângulos complexos. aplicações de faces antropomorfas, em ambos os lados do colo. Há detalhes incisos no urubu-rei e no cachorro-do-mato e os olhos dos animais e das faces antropomorfas do colo são todos do mesmo tipo, aplicados e com incisão circular. A base é decorada com um motivo composto por incisões espiraladas.

A cerâmica tapajônica é a mais antiga da região do Tapajós, alguns testes realizados pela pesquisadora Anna Roosevelt, comprovam que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vaso de gargalo, vaso de cariátides e outros utensílios. A junção de argila e cauixi (um tipo de esponja (porífero) presente nos rios da região), conferem à cerâmica tapajônica, características similares à porcelana como durabilidade e leveza.