Cerâmica Marajoara: Tanga 1
R$ 350,00
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Ficha Técnica
Réplica de Tanga Marajoara
Escala 1:1
Tamanho aproximado: 13,5×16,5×0,5 cm
Peso aproximado: 150 g
Material da reprodução: Cerâmica
Paleoarte: por mestre ceramista Josué Pereira (Equipe do Projeto Replicando o Passado – Museu Emílio Goeldi)
A réplica representa uma peça original com os seguintes dados técnicos:
Período: Formativo – entre 1.400 a 400 A.D.
Cultura: Marajoara
Tradição Polícroma
Procedência: Ilha de Marajó, Belém – PA
Material original: cerâmica
OBSERVAÇÃO: peça produzida artesanalmente, portanto, pode ocorrer pequenas variações na cor, peso e tamanho.
Crédito da imagem: Marina Auricchio
A Cerâmica Marajoara
A mais estudada das tradições ceramistas amazônicas é, sem dúvida, a Tradição Polícroma, precisamente pela sua rica decoração e a complexidade dos motivos representados nas estatuetas e figuras rituais. A combinação de várias cores de pintura, onde predominam as tintas vermelhas, brancas e pretas, com apliques e molduras em relevo […]. Dependendo das áreas de ocupação, esses povos construíram aterros artificiais para situar as aldeias e como cemitério, onde eram depositadas urnas funerárias profusamente decoradas. Fabricaram também fusos para tecelagem, bancos e tangas finamente decoradas.
As cerâmicas da Tradição Polícroma encontram-se em sítios arqueológicos do médio e do baixo Amazonas, desde o baixo Madeira e os rios Solimões e Negro na altura de Manaus, até a desembocadura da grande bacia amazônica. A ela pertence a fase Marajoara dos povos instalados na ilha de Marajó na área do lago Arari, entre os séculos quinto e sétimo da era cristã.
Fonte: PRIANTE, W. P. A cerâmica dos Tapajó e o desejo de formas: estudo de peças cerâmicas arqueológicas mirando potências criativas. 2016. Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes.
As tangas Marajoaras
A cultura marajoara é a única na Amazônia que apresenta este tipo de tapa sexo em cerâmica. As tangas, triangulares e côncavas, podiam ser lisas ou decoradas com motivos geométricos. Possuem três furos, um em cada ponta, para a sua amarração junto ao corpo. Os motivos decorativos são compostos por duas faixas superiores que se repetem em outros exemplares e de um campo triangular maior que é único a cada peça.
As tangas são conhecidas por dois tipos diferentes: as decoradas e não-decoradas. As decoradas possuem motivos decorativos geométricos pintados em vermelho sobre uma superfície que recebeu engobo branco. As conhecidas como não-decoradas, ou simples, recebem um engobo vermelho e são polidas, resultando em um vermelho vivo.
De acordo com a arqueóloga Denise Schaan, o uso das tangas “simples” indicam elevado status social, não as decoradas, como sugeriria o senso comum.
“As diferenças em tamanho e curvatura entre as tangas mostram variações que devem ter estado relacionadas à anatomia das mulheres, como Meggers e Evans (1957:382) observaram. Pelo fato das tangas vermelhas serem maiores, possuírem maior curvatura e serem mais abundantes no sítio, sugerimos que tenham sido destinadas à mulheres mais velhas e/ou casadas. Dentro desta elite, portanto, ao contrário do que poderia parecer a princípio, não seriam as mulheres mais importantes na hierarquia aquelas a usarem as tangas decoradas. Ao contrário, seriam mulheres mais jovens, cuja identidade e posição social precisava ser afirmada e lembrada ao grupo. Sugerimos que estas tangas decoradas eram usadas por mulheres jovens ou meninas, possivelmente durante rituais da puberdade”.
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